Projetos em andamento:
Ciência e sociedade nas políticas de fomento à nanotecnologia: aspectos ELSI (éticos, legais, sociais) e orientação da pesquisa para áreas de relevância social
Dra. Noela Invernizzi (UFPR)
Financiamento: CNPq
Resumo
Esta pesquisa visa investigar um conjunto incipiente de mudanças na política brasileira de fomento à nanotecnologia no sentido de incorporar dimensões sociais que estiveram virtualmente ausentes nas suas primeiras etapas. Entre elas se destacam: o envolvimento de novos atores na discussão e implementação da política de nanotecnologia; o início do estímulo à investigação sobre potenciais riscos à saúde e ambientais; o começo de discussões sobre regulação e a constituição de novas redes de pesquisa em nanotecnologia em áreas de relevância social. Constituem objetivos de pesquisa investigar se estamos assistindo a modificações na concepção das relações ciência-tecnologia-sociedade em que se fundamenta a política de nanotecnologia e sua forma de governança; quais são os determinantes dessas mudanças; que atores sociais contribuíram para formular essa nova racionalidade da política; e se a incorporação de dimensões sociais tem suscitado um novo papel das ciências sociais na formulação e implementação da política de ciência, tecnologia e inovação neste campo técnico-científico emergente. A metodologia de pesquisa combina análise documental, especialmente textos de política, e informações de redes de pesquisa; análise bibliométrica, para examinar a emergência de novas temáticas e possível incorporação mais significativa de cientistas sociais; e pesquisa de campo sobre redes de pesquisa que atuam em áreas consideradas de relevância social.
Palavras-chave: nanotecnologia; implicações sociais; riscos; política de C&T; governança da C&T.
Financiamento: CNPq
Resumo
Esta pesquisa visa investigar um conjunto incipiente de mudanças na política brasileira de fomento à nanotecnologia no sentido de incorporar dimensões sociais que estiveram virtualmente ausentes nas suas primeiras etapas. Entre elas se destacam: o envolvimento de novos atores na discussão e implementação da política de nanotecnologia; o início do estímulo à investigação sobre potenciais riscos à saúde e ambientais; o começo de discussões sobre regulação e a constituição de novas redes de pesquisa em nanotecnologia em áreas de relevância social. Constituem objetivos de pesquisa investigar se estamos assistindo a modificações na concepção das relações ciência-tecnologia-sociedade em que se fundamenta a política de nanotecnologia e sua forma de governança; quais são os determinantes dessas mudanças; que atores sociais contribuíram para formular essa nova racionalidade da política; e se a incorporação de dimensões sociais tem suscitado um novo papel das ciências sociais na formulação e implementação da política de ciência, tecnologia e inovação neste campo técnico-científico emergente. A metodologia de pesquisa combina análise documental, especialmente textos de política, e informações de redes de pesquisa; análise bibliométrica, para examinar a emergência de novas temáticas e possível incorporação mais significativa de cientistas sociais; e pesquisa de campo sobre redes de pesquisa que atuam em áreas consideradas de relevância social.
Palavras-chave: nanotecnologia; implicações sociais; riscos; política de C&T; governança da C&T.
A Governança de Tecnologias e Políticas Públicas: Das tecnologias dominantes às tecnologias emergentes
Dra. Noela Invernizzi (UFPR)
Financiamento: Capes
Resumo
Projeto Cooperação CAPES/FCT. Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas, da Universidade Federal do Paraná, e Programa de Doutoramento em Governação, Conhecimento e Informação, do Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra.
Este projeto se propõe a analisar a governança das tecnologias numa dupla perspectiva comparada: por um lado, examinando dois contextos nacionais diferentes, Brasil e Portugal e, de outro, tecnologias dominantes (maduras) e tecnologias emergentes. Enquanto a comparação entre contextos nacionais permitirá visualizar as particularidades nacionais da governança, as diferentes epistemologias cívicas (Jassanoff 2005), a comparação entre tecnologias mais maduras e emergentes permitirá considerar mudanças nas racionalidades, mecanismos, instituições, regulação e formas de participação pública vinculados aos contextos sócio-históricos em que surgiram ditas tecnologias. Ressaltam-se alguns elementos que conferem relevância a tal enfoque comparativo. Em primeiro lugar, o tema da governança da ciência e da tecnologia tem sido escassamente pesquisado no Brasil, enquanto Portugal se insere no contexto da União Europeia que, como bloco, é a região que apresenta maiores inovações institucionais sobre o assunto. Em segundo lugar, ambos os países têm em comum ocuparem espaços secundários na dinâmica da ciência, tecnologia e inovação - a modo de exemplo, ambos têm baixíssimas exportações de bens de alta intensidade tecnológica, todavia, ambos estão realizando esforços substanciais para ganhar vantagens em tecnologias emergentes. Em terceiro lugar, ambos os países tem passado por percursos diferentes de democratização e desenvolvimento da cidadania, o que condiciona fortemente seus enfoques e práticas de governança.
Financiamento: Capes
Resumo
Projeto Cooperação CAPES/FCT. Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas, da Universidade Federal do Paraná, e Programa de Doutoramento em Governação, Conhecimento e Informação, do Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra.
Este projeto se propõe a analisar a governança das tecnologias numa dupla perspectiva comparada: por um lado, examinando dois contextos nacionais diferentes, Brasil e Portugal e, de outro, tecnologias dominantes (maduras) e tecnologias emergentes. Enquanto a comparação entre contextos nacionais permitirá visualizar as particularidades nacionais da governança, as diferentes epistemologias cívicas (Jassanoff 2005), a comparação entre tecnologias mais maduras e emergentes permitirá considerar mudanças nas racionalidades, mecanismos, instituições, regulação e formas de participação pública vinculados aos contextos sócio-históricos em que surgiram ditas tecnologias. Ressaltam-se alguns elementos que conferem relevância a tal enfoque comparativo. Em primeiro lugar, o tema da governança da ciência e da tecnologia tem sido escassamente pesquisado no Brasil, enquanto Portugal se insere no contexto da União Europeia que, como bloco, é a região que apresenta maiores inovações institucionais sobre o assunto. Em segundo lugar, ambos os países têm em comum ocuparem espaços secundários na dinâmica da ciência, tecnologia e inovação - a modo de exemplo, ambos têm baixíssimas exportações de bens de alta intensidade tecnológica, todavia, ambos estão realizando esforços substanciais para ganhar vantagens em tecnologias emergentes. Em terceiro lugar, ambos os países tem passado por percursos diferentes de democratização e desenvolvimento da cidadania, o que condiciona fortemente seus enfoques e práticas de governança.
Cadeias de valor em nanotecnologia no Brasil: inovação, trabalho e regulação
Dra. Noela Invernizzi (UFPR)
Financiamento:
Resumo
Este projeto visa analisar o desenvolvimento das cadeias de valor em torno da nanotecnologia no Brasil. Esta tecnologia emergente é considerada estratégica, desde 2004, nas políticas de ciência, tecnologia e inovação e na política industrial, e vem sendo apoiada com consideráveis recursos. A pesquisa parte de uma concepção ampla de cadeia de valor proposta por Gereffi e Fernandez Stark (2011) em que não apenas os processos de input-output através da cadeia produtiva são considerados, mas também aspectos sociais, ambientais, de políticas públicas e de governança. Nesta investigação serão enfocadas três dimensões: a conformação produtiva das cadeias e as modalidades de inovação ao longo delas; as formas de incorporação da força de trabalho, atendendo ao perfil de emprego e qualificação; e a emergência de novas regulações que afetam a produção, a comercialização e o uso da força de trabalho nas diversas fases das cadeias. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com amplo recurso à análise documental, fontes estatísticas e algumas fontes primárias mediante entrevistas. A relevância da pesquisa radica em sua contribuição científica numa temática que se caracteriza pela escassez de dados e de estudos, o que tem redundado em escassa avaliação das políticas de promoção da nanotecnologia e das implicações econômicas, sociais, ambientais e legais (regulatórias) do seu desenvolvimento.
Financiamento:
Resumo
Este projeto visa analisar o desenvolvimento das cadeias de valor em torno da nanotecnologia no Brasil. Esta tecnologia emergente é considerada estratégica, desde 2004, nas políticas de ciência, tecnologia e inovação e na política industrial, e vem sendo apoiada com consideráveis recursos. A pesquisa parte de uma concepção ampla de cadeia de valor proposta por Gereffi e Fernandez Stark (2011) em que não apenas os processos de input-output através da cadeia produtiva são considerados, mas também aspectos sociais, ambientais, de políticas públicas e de governança. Nesta investigação serão enfocadas três dimensões: a conformação produtiva das cadeias e as modalidades de inovação ao longo delas; as formas de incorporação da força de trabalho, atendendo ao perfil de emprego e qualificação; e a emergência de novas regulações que afetam a produção, a comercialização e o uso da força de trabalho nas diversas fases das cadeias. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com amplo recurso à análise documental, fontes estatísticas e algumas fontes primárias mediante entrevistas. A relevância da pesquisa radica em sua contribuição científica numa temática que se caracteriza pela escassez de dados e de estudos, o que tem redundado em escassa avaliação das políticas de promoção da nanotecnologia e das implicações econômicas, sociais, ambientais e legais (regulatórias) do seu desenvolvimento.
Avaliação da política pública de nanotecnologia no Brasil: da formulação da agenda à implementação (2000-2015)
Doutoranda Josemari Poerschke de Quevedo (UFPR)
Financiamento: Capes
Resumo
Este projeto se propõe a analisar a política pública de nanotecnologia estipulada pelo governo federal brasileiro desde a sua origem, abarcando a formulação da agenda e a formulação da política, entre os anos 2000 e 2004; e a implementação da política, entre os anos 2005 e 2015. O objetivo é verificar as concepções iniciais da política, as metas estipuladas e a rede de atores envolvida, na primeira parte da pesquisa. Na segunda parte, avaliam-se as ações implementadas e os recursos empregados, bem como a formatação de uma nova configuração da rede de atores no processo. São investigados os eixos de desenvolvimento da política pública no que tange à inovação, implicações ELSI e riscos EHS. Destacam-se na análise o desenvolvimento multissetorial dos macroplanos que integram a política pública no Brasil e como o país acompanhou o lançamento das iniciativas nacionais de nanotecnologia dos países industrializados. São investigados os caminhos da governança ao longo de 15 anos e traçados paralelos comparativos a partir de uma perspectiva de isomorfismos da política pública entre Brasil e países industrializados da União Europeia e Estados Unidos. Trata-se de uma pesquisa de caráter qualitativo, de avaliação ex post baseada em investigação documental dos macroplanos, em pesquisa bibliográfica e acesso a fontes primárias através de entrevistas semi-estruturadas. A pesquisa se justifica pela importância que o avanço da Nanotecnologia e Nanociência (N&N) tem nas estratégias de governo e os impactos que trazem para a sociedade. Além disso, é de interesse para o conhecimento científico a proporção que a política de nanotecnologia tomou no Brasil, inferida a partir dos investimentos e articulação de redes de pesquisa e inovação para o avanço da política, bem como pelas lacunas que emergem neste desenvolvimento. Avaliar esse cenário é fundamental para a ciência e para o interesse público.
Palavras-chave: Avaliação de Política Pública. Nanotecnologia. Inovação. Implicações. Riscos
Financiamento: Capes
Resumo
Este projeto se propõe a analisar a política pública de nanotecnologia estipulada pelo governo federal brasileiro desde a sua origem, abarcando a formulação da agenda e a formulação da política, entre os anos 2000 e 2004; e a implementação da política, entre os anos 2005 e 2015. O objetivo é verificar as concepções iniciais da política, as metas estipuladas e a rede de atores envolvida, na primeira parte da pesquisa. Na segunda parte, avaliam-se as ações implementadas e os recursos empregados, bem como a formatação de uma nova configuração da rede de atores no processo. São investigados os eixos de desenvolvimento da política pública no que tange à inovação, implicações ELSI e riscos EHS. Destacam-se na análise o desenvolvimento multissetorial dos macroplanos que integram a política pública no Brasil e como o país acompanhou o lançamento das iniciativas nacionais de nanotecnologia dos países industrializados. São investigados os caminhos da governança ao longo de 15 anos e traçados paralelos comparativos a partir de uma perspectiva de isomorfismos da política pública entre Brasil e países industrializados da União Europeia e Estados Unidos. Trata-se de uma pesquisa de caráter qualitativo, de avaliação ex post baseada em investigação documental dos macroplanos, em pesquisa bibliográfica e acesso a fontes primárias através de entrevistas semi-estruturadas. A pesquisa se justifica pela importância que o avanço da Nanotecnologia e Nanociência (N&N) tem nas estratégias de governo e os impactos que trazem para a sociedade. Além disso, é de interesse para o conhecimento científico a proporção que a política de nanotecnologia tomou no Brasil, inferida a partir dos investimentos e articulação de redes de pesquisa e inovação para o avanço da política, bem como pelas lacunas que emergem neste desenvolvimento. Avaliar esse cenário é fundamental para a ciência e para o interesse público.
Palavras-chave: Avaliação de Política Pública. Nanotecnologia. Inovação. Implicações. Riscos
Os determinantes sociais da saúde na construção da tecnologia: O caso das políticas brasileiras e pesquisas em nanomedicina para as doenças negligenciadas
Doutoranda: Myrrena Inácio
Resumo
As doenças negligenciadas representam um conjunto de doenças associadas à situação de pobreza, as precárias condições de vida e as iniquidades em saúde. O Ministério da Saúde definiu sete prioridades de atuação que compõem o programa de doenças negligenciadas, quais sejam: dengue, doença de Chagas, esquistossomose, hanseníase, leishmanioses, malária e tuberculose. Diversos atores, incluindo governos, organizações internacionais e acadêmicos concordam que as tecnologias em nanoescala podem contribuir para resolver variados problemas sociais, como por exemplo, a situação das doenças negligenciadas. No entanto, essas enfermidades estão condicionadas a outros fatores, além da falta de acesso a tecnologias, que atuam como condicionantes e contribuem para a ocorrência das doenças em uma localidade. Nessa seara, os determinantes sociais da saúde permitem identificar pontos para intervenções de políticas, no sentido de minimizar as iniquidades em saúde. Ocorre que os determinantes sociais da saúde constituem um típico caso de undone science ou ciência não feita, não incorporados (ou só marginalmente) às agendas de políticas e pesquisas relacionadas à nanomedicina aplicada a doenças negligenciadas. Por essas razões, esta pesquisa visa investigar em que contexto internacional e nacional e sob quais dimensões os determinantes sociais da saúde são considerados e incorporados nas políticas brasileiras e pesquisas em nanomedicina para as doenças negligenciadas.
Palavras-chave: Doenças Negligenciadas. Nanotecnologia. Determinantes Sociais.
Resumo
As doenças negligenciadas representam um conjunto de doenças associadas à situação de pobreza, as precárias condições de vida e as iniquidades em saúde. O Ministério da Saúde definiu sete prioridades de atuação que compõem o programa de doenças negligenciadas, quais sejam: dengue, doença de Chagas, esquistossomose, hanseníase, leishmanioses, malária e tuberculose. Diversos atores, incluindo governos, organizações internacionais e acadêmicos concordam que as tecnologias em nanoescala podem contribuir para resolver variados problemas sociais, como por exemplo, a situação das doenças negligenciadas. No entanto, essas enfermidades estão condicionadas a outros fatores, além da falta de acesso a tecnologias, que atuam como condicionantes e contribuem para a ocorrência das doenças em uma localidade. Nessa seara, os determinantes sociais da saúde permitem identificar pontos para intervenções de políticas, no sentido de minimizar as iniquidades em saúde. Ocorre que os determinantes sociais da saúde constituem um típico caso de undone science ou ciência não feita, não incorporados (ou só marginalmente) às agendas de políticas e pesquisas relacionadas à nanomedicina aplicada a doenças negligenciadas. Por essas razões, esta pesquisa visa investigar em que contexto internacional e nacional e sob quais dimensões os determinantes sociais da saúde são considerados e incorporados nas políticas brasileiras e pesquisas em nanomedicina para as doenças negligenciadas.
Palavras-chave: Doenças Negligenciadas. Nanotecnologia. Determinantes Sociais.
CT-INFRA: Governança e Trajetória
Doutorando: Tiago Barbosa
Resumo
O papel das capacitações científicas e tecnológicas locais tem sido reconhecido como central no processo inovativo das economias ao redor do mundo. Uma parte relevante dessas capacitações diz respeito a criação de uma infraestrutura de pesquisa local que gere conhecimentos e suporte os esforços inovativos das empresas. No Brasil, o governo atua nessa área especialmente através do fundo CT-Infra, de financiamento à infraestrutura de pesquisa em instituições de pesquisa. Apesar da sua centralidade, poucos estudos se dedicaram à análise desse fundo. O objetivo desta tese é analisar o processo de formulação e implementação do CT-Infra, em especial seu processo decisório de alocação de recursos, critérios de seleção de projetos e distribuição espacial, institucional e por área de conhecimento dos recursos, identificando a estratégia de alocação do fundo e se ele cumpriu seu objetivo de expandir e tornar mais sofisticada a IDP brasileira entre seu ano de fundação 2002 e o ano com os dados mais recentes.
Palavras-chave: Infraestrutura de pesquisa. CT-Infra. Análise de políticas.
Resumo
O papel das capacitações científicas e tecnológicas locais tem sido reconhecido como central no processo inovativo das economias ao redor do mundo. Uma parte relevante dessas capacitações diz respeito a criação de uma infraestrutura de pesquisa local que gere conhecimentos e suporte os esforços inovativos das empresas. No Brasil, o governo atua nessa área especialmente através do fundo CT-Infra, de financiamento à infraestrutura de pesquisa em instituições de pesquisa. Apesar da sua centralidade, poucos estudos se dedicaram à análise desse fundo. O objetivo desta tese é analisar o processo de formulação e implementação do CT-Infra, em especial seu processo decisório de alocação de recursos, critérios de seleção de projetos e distribuição espacial, institucional e por área de conhecimento dos recursos, identificando a estratégia de alocação do fundo e se ele cumpriu seu objetivo de expandir e tornar mais sofisticada a IDP brasileira entre seu ano de fundação 2002 e o ano com os dados mais recentes.
Palavras-chave: Infraestrutura de pesquisa. CT-Infra. Análise de políticas.
Projetos concluídos:
Tecnologias emergentes e problemas sociais no Brasil: o caso das nanotecnologia aplicada a doenças negligenciadas
Mestranda Myrrena Inácio (UFPR)
Financiamento: Capes
Resumo
As doenças negligenciadas permanecem como sérias preocupações globais e, por conseguinte, há o comprometimento para renovar e reforçar a luta contra a as doenças tropicais negligenciadas, estabelecendo a erradicação dessas doenças até 2030 como uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Vários atores, incluindo governos, organizações internacionais e acadêmicos têm afirmado que as nanotecnologias emergem como alternativas para tratar e erradicar essas doenças, bem como para aliviar as condições que conduzem a essas afecções e estimular o desenvolvimento dos países. Por outro lado, alguns pesquisadores e organizações internacionais e organizações civis salientam que implicações sociais e éticas na nanomedicina poderão surgir, resultando na ampliação das desigualdades já existentes e na criação de novas desigualdades, uma vez que o desenvolvimento dessa tecnologia emergente não garante necessariamente o seu efetivo acesso pelas populações acometidas por doenças negligenciadas que, em sua maioria, moram em países com baixo poder aquisitivo e não têm acesso sequer às tecnologias convencionais. Por essas razões, este trabalho tem como objetivo investigar se as políticas e pesquisas brasileiras na área de nanotecnologia têm fomentado a aplicação dessa tecnologia às doenças negligenciadas, com vistas a melhorar as condições de vida e saúde da população afetada; e se foram levados em conta os potenciais riscos e aspectos éticos, legais e sociais (ELSI) dessas tecnologias. Em seu delineamento, adotou-se a pesquisa bibliográfica e documental e, na busca pelas evidências empíricas, realizou-se o mapeamento dos grupos de pesquisa cadastrados no Diretório de Grupos de Pesquisa no Brasil do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) que realizam atividades sobre a nanotecnologia aplicada às doenças negligenciadas, bem como dos Currículos Lattes dos pesquisadores líderes de cada grupo de pesquisa. De forma complementar, foram realizadas entrevistas com pesquisadores de seis grupos de pesquisa selecionados. Ao final, concluiu-se que as tímidas referências nos documentos de políticas em nanotecnologia convergem com um interesse marginal em termos de financiamento aos grupos de pesquisa mediante editais que contemplem especificamente nanotecnologia ou doenças negligenciadas. Reconheceu-se que assim como ocorre na literatura, há uma significante desconexão entre as políticas e pesquisas e os aspectos ELSI. Por outro lado, foi possível identificar interessantes avanços das competências nacionais em nanotecnologia para a pesquisa e inovação na área de doenças negligenciadas, em que pese haver um baixo interesse para o tratamento da hanseníase. Concluiu-se também que as redes de colaboração contemplam as principais ações estruturantes das políticas em nanotecnologia e também são ressaltadas constantemente pelos grupos de pesquisa. Diante disso, sugere-se o fomento à criação e apoio de redes de colaboração relacionadas ao estudo da nanotoxicologia e a incorporação da análise de riscos e aspectos ELSI, com linhas de pesquisa específicas para as doenças negligenciadas. Ademais, deve-se ter cautela ao apontar as nanotecnologias como alternativas para os problemas sociais, como possibilidades de se alcançar as metas dos ODS para as doenças negligenciadas, uma vez que há outros ODS que são determinantes, tais como: a erradicação da pobreza, o acesso à água potável e saneamento básico.
Palavras-chave: Doenças negligenciadas. Nanotecnologia. Problemas sociais.
Financiamento: Capes
Resumo
As doenças negligenciadas permanecem como sérias preocupações globais e, por conseguinte, há o comprometimento para renovar e reforçar a luta contra a as doenças tropicais negligenciadas, estabelecendo a erradicação dessas doenças até 2030 como uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Vários atores, incluindo governos, organizações internacionais e acadêmicos têm afirmado que as nanotecnologias emergem como alternativas para tratar e erradicar essas doenças, bem como para aliviar as condições que conduzem a essas afecções e estimular o desenvolvimento dos países. Por outro lado, alguns pesquisadores e organizações internacionais e organizações civis salientam que implicações sociais e éticas na nanomedicina poderão surgir, resultando na ampliação das desigualdades já existentes e na criação de novas desigualdades, uma vez que o desenvolvimento dessa tecnologia emergente não garante necessariamente o seu efetivo acesso pelas populações acometidas por doenças negligenciadas que, em sua maioria, moram em países com baixo poder aquisitivo e não têm acesso sequer às tecnologias convencionais. Por essas razões, este trabalho tem como objetivo investigar se as políticas e pesquisas brasileiras na área de nanotecnologia têm fomentado a aplicação dessa tecnologia às doenças negligenciadas, com vistas a melhorar as condições de vida e saúde da população afetada; e se foram levados em conta os potenciais riscos e aspectos éticos, legais e sociais (ELSI) dessas tecnologias. Em seu delineamento, adotou-se a pesquisa bibliográfica e documental e, na busca pelas evidências empíricas, realizou-se o mapeamento dos grupos de pesquisa cadastrados no Diretório de Grupos de Pesquisa no Brasil do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) que realizam atividades sobre a nanotecnologia aplicada às doenças negligenciadas, bem como dos Currículos Lattes dos pesquisadores líderes de cada grupo de pesquisa. De forma complementar, foram realizadas entrevistas com pesquisadores de seis grupos de pesquisa selecionados. Ao final, concluiu-se que as tímidas referências nos documentos de políticas em nanotecnologia convergem com um interesse marginal em termos de financiamento aos grupos de pesquisa mediante editais que contemplem especificamente nanotecnologia ou doenças negligenciadas. Reconheceu-se que assim como ocorre na literatura, há uma significante desconexão entre as políticas e pesquisas e os aspectos ELSI. Por outro lado, foi possível identificar interessantes avanços das competências nacionais em nanotecnologia para a pesquisa e inovação na área de doenças negligenciadas, em que pese haver um baixo interesse para o tratamento da hanseníase. Concluiu-se também que as redes de colaboração contemplam as principais ações estruturantes das políticas em nanotecnologia e também são ressaltadas constantemente pelos grupos de pesquisa. Diante disso, sugere-se o fomento à criação e apoio de redes de colaboração relacionadas ao estudo da nanotoxicologia e a incorporação da análise de riscos e aspectos ELSI, com linhas de pesquisa específicas para as doenças negligenciadas. Ademais, deve-se ter cautela ao apontar as nanotecnologias como alternativas para os problemas sociais, como possibilidades de se alcançar as metas dos ODS para as doenças negligenciadas, uma vez que há outros ODS que são determinantes, tais como: a erradicação da pobreza, o acesso à água potável e saneamento básico.
Palavras-chave: Doenças negligenciadas. Nanotecnologia. Problemas sociais.
Políticas de inovação em nanotecnologia no Brasil: trajetórias e empresas beneficiadas
Mestrando Tiago Barbosa (UFPR)
Financiamento: Capes
Resumo
Mesmo não estando completamente madura, a nanotecnologia tem sido apontada como uma das tecnologias emergentes mais promissoras, podendo ser a líder de uma revolução tecnológica futura (DRECHSLER, 2009). Diante disso, governos dos mais diferentes países têm criado políticas públicas de fomento específicas para a área, incluindo o Brasil. A continuidade e seletividade dessa política, assim como o perfil dos projetos e das empresas beneficiadas são informações relevantes para a caracterização da mesma. Sendo assim, o objetivo desse trabalho é reconstruir a trajetória da política de fomento à inovação empresarial em nanotecnologia no Brasil a partir de três dos mais importantes instrumentos de fomento nacionais: a Subvenção Econômica à Inovação da FINEP, a subvenção à associação ICT-empresa da FINEP e o programa RHAE de bolsas para pesquisadores em empresas do CNPQ, bem como analisar o perfil dos projetos aprovados na área e das empresas que obtiveram recursos. Dentre os principais resultados encontrados, destaca-se: a falta de continuidade, seletividade e a baixa priorização da NT nos editais, concentrando os recursos em alguns anos; o fato de que a maioria dos projetos foi direcionada para aplicações na área de saúde e materiais, havendo nenhum ou pouco fomento para áreas importantes como eletrônica, fotônica e meio ambiente e que as empresas estão concentradas geograficamente no estado de São Paulo, tendem a ser relativamente novas, de capital nacional e pertencer a variados setores de atividade.
Palavras-chave: Fomento à inovação, nanotecnologia, empresas.
Financiamento: Capes
Resumo
Mesmo não estando completamente madura, a nanotecnologia tem sido apontada como uma das tecnologias emergentes mais promissoras, podendo ser a líder de uma revolução tecnológica futura (DRECHSLER, 2009). Diante disso, governos dos mais diferentes países têm criado políticas públicas de fomento específicas para a área, incluindo o Brasil. A continuidade e seletividade dessa política, assim como o perfil dos projetos e das empresas beneficiadas são informações relevantes para a caracterização da mesma. Sendo assim, o objetivo desse trabalho é reconstruir a trajetória da política de fomento à inovação empresarial em nanotecnologia no Brasil a partir de três dos mais importantes instrumentos de fomento nacionais: a Subvenção Econômica à Inovação da FINEP, a subvenção à associação ICT-empresa da FINEP e o programa RHAE de bolsas para pesquisadores em empresas do CNPQ, bem como analisar o perfil dos projetos aprovados na área e das empresas que obtiveram recursos. Dentre os principais resultados encontrados, destaca-se: a falta de continuidade, seletividade e a baixa priorização da NT nos editais, concentrando os recursos em alguns anos; o fato de que a maioria dos projetos foi direcionada para aplicações na área de saúde e materiais, havendo nenhum ou pouco fomento para áreas importantes como eletrônica, fotônica e meio ambiente e que as empresas estão concentradas geograficamente no estado de São Paulo, tendem a ser relativamente novas, de capital nacional e pertencer a variados setores de atividade.
Palavras-chave: Fomento à inovação, nanotecnologia, empresas.
Difusão de nanociências, nanotecnologias, materiais e novas tecnologias de produção em países de América Latina
Coordenação: Noela Invernizzi (UFPR); Guillermo Foladori (UAZ) + Equipe ReLANS
Financiamento: Comissão Europeia- Sétimo Programa Marco - Processo No. 608740 - Chamada: Difusão de nanotecnologias e/ou tecnologias de materiais com potencial de impacto social em países parceiros.
Resumo
Um enfoque compreensivo do desenvolvimento da nanotecnologia e de materiais avançados deve levar em consideração a dimensão internacional, em termos de pesquisa e desenvolvimento (P&D), acesso à informação e regulação. A cooperação internacional, incluindo a colaboração em pesquisa, mais não limitada a isso, é um aspecto essencial da política da Comissão Europeia em todas as áreas do Plano de Ação. Entretanto, apesar da colaboração internacional implementada até o momento, persiste o desafio de preencher brechas de conhecimento com nações menos industrializadas com a finalidade de melhorar a qualidade de vida e aumentar a competitividade naquelas áreas em que a nanotecnologia tem uma contribuição potencial. De um lado, indústrias e organizações de pesquisa europeias buscam desenvolver novos acordos de colaboração para dividir riscos e explorar novos mercados. De outro lado, América Latina tem iniciado novos programas de desenvolvimento da nanotecnologia durante os últimos dez anos. De acordo com as agencias nacionais, o investimento em P&D em nanotecnologia e os resultados atingidos até agora são relativamente modestos. O objetivo principal deste projeto é desenvolver uma série de atividades entre países europeus e latino-americanos com vistas a fortalecer as capacidades locais de pesquisa e formação, como meios para alcançar a difusão das nanotecnologias e nano materiais em áreas afetadas por maiores desafios sociais em América Latina: energia, água e saúde. Tais objetivos serão atingidos mediante: a) Formação de redes, educação e treinamento em materiais avançados (nanociências, nanotecnologias, materiais e novas técnicas de produção); b) Construção de capacitação, com o fim de aprofundar e fortalecer o conhecimento local sobre nanotecnologias na América Latina; c) Promover a sinergia entre políticas locais/regionais e os programas de cooperação sobre materiais avançados; d) Intercambiar boas práticas, construir capacidades em inovação e transferência de nanotecnologias com países de América Latina; e) Contribuir com o atingimento das Metas de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas.
Financiamento: Comissão Europeia- Sétimo Programa Marco - Processo No. 608740 - Chamada: Difusão de nanotecnologias e/ou tecnologias de materiais com potencial de impacto social em países parceiros.
Resumo
Um enfoque compreensivo do desenvolvimento da nanotecnologia e de materiais avançados deve levar em consideração a dimensão internacional, em termos de pesquisa e desenvolvimento (P&D), acesso à informação e regulação. A cooperação internacional, incluindo a colaboração em pesquisa, mais não limitada a isso, é um aspecto essencial da política da Comissão Europeia em todas as áreas do Plano de Ação. Entretanto, apesar da colaboração internacional implementada até o momento, persiste o desafio de preencher brechas de conhecimento com nações menos industrializadas com a finalidade de melhorar a qualidade de vida e aumentar a competitividade naquelas áreas em que a nanotecnologia tem uma contribuição potencial. De um lado, indústrias e organizações de pesquisa europeias buscam desenvolver novos acordos de colaboração para dividir riscos e explorar novos mercados. De outro lado, América Latina tem iniciado novos programas de desenvolvimento da nanotecnologia durante os últimos dez anos. De acordo com as agencias nacionais, o investimento em P&D em nanotecnologia e os resultados atingidos até agora são relativamente modestos. O objetivo principal deste projeto é desenvolver uma série de atividades entre países europeus e latino-americanos com vistas a fortalecer as capacidades locais de pesquisa e formação, como meios para alcançar a difusão das nanotecnologias e nano materiais em áreas afetadas por maiores desafios sociais em América Latina: energia, água e saúde. Tais objetivos serão atingidos mediante: a) Formação de redes, educação e treinamento em materiais avançados (nanociências, nanotecnologias, materiais e novas técnicas de produção); b) Construção de capacitação, com o fim de aprofundar e fortalecer o conhecimento local sobre nanotecnologias na América Latina; c) Promover a sinergia entre políticas locais/regionais e os programas de cooperação sobre materiais avançados; d) Intercambiar boas práticas, construir capacidades em inovação e transferência de nanotecnologias com países de América Latina; e) Contribuir com o atingimento das Metas de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas.
Sindicatos e ONGs no desenvolvimento e regulação da nanotecnologia
Noela Invernizzi,
Financiamento: CNPq, Processo 473046/2011-3 (Dez. 2011-Nov 2013)
Resumo
A nanotecnologia é caracterizada como a base uma revolução tecnológica e industrial que apenas começa a se desenvolver. A partir do ano
2000, mais de 60 países criaram algum tipo de programa para promovê-la. O financiamento global, público e privado, direcionado a nanotecnologia tem aumentado significativamente ao longo da última década, e as empresas que incorporam essa tecnologia, assim como os produtos que elas estão lançando ao mercado, se multiplicaram exponencialmente. No contexto de crescentes conflitos ciência-sociedade e formas de governança da ciência e tecnologia em pleno questionamento e transformação, diversos grupos sociais, assim como setores da comunidade científica, têm manifestado preocupações e exigido ações dos governos em relação aos potenciais riscos da nanotecnologia e a suas implicações econômicas, sociais e éticas. Esta pesquisa objetiva realizar uma reconstrução histórica dos posicionamentos sobre nanotecnologia de dois tipos de grupos sociais organizados: organizações não governamentais (ONGs) e sindicatos de trabalhadores. Visa identificar, ao longo de uma década de discussões públicas nas quais um conjunto de ONGs e sindicatos participaram ativamente em nível global: a) as principais questões que preocupam esses atores sociais; b) as especificidades e aspectos comuns nos posicionamentos sobre nanotecnologia em torno aos quais cristalizam as ações desses grupos; c) em que direções eles pretendem influenciar, limitar ou transformar, a trajetória atual de inovação em nanotecnologia; e d) em que foros de discussão participam. Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo, nutrida pelo referencial teórico dos estudos sociais da ciência e da tecnologia, em particular da construção social da tecnologia e da participação pública em ciência e tecnologia. Baseia-se em análise de documentos elaborados por essas organizações, e em dados primários
provenientes de entrevistas com seus líderes e de observações realizadas em diversos foros em que esses atores sociais expõem suas perspectivas.
Financiamento: CNPq, Processo 473046/2011-3 (Dez. 2011-Nov 2013)
Resumo
A nanotecnologia é caracterizada como a base uma revolução tecnológica e industrial que apenas começa a se desenvolver. A partir do ano
2000, mais de 60 países criaram algum tipo de programa para promovê-la. O financiamento global, público e privado, direcionado a nanotecnologia tem aumentado significativamente ao longo da última década, e as empresas que incorporam essa tecnologia, assim como os produtos que elas estão lançando ao mercado, se multiplicaram exponencialmente. No contexto de crescentes conflitos ciência-sociedade e formas de governança da ciência e tecnologia em pleno questionamento e transformação, diversos grupos sociais, assim como setores da comunidade científica, têm manifestado preocupações e exigido ações dos governos em relação aos potenciais riscos da nanotecnologia e a suas implicações econômicas, sociais e éticas. Esta pesquisa objetiva realizar uma reconstrução histórica dos posicionamentos sobre nanotecnologia de dois tipos de grupos sociais organizados: organizações não governamentais (ONGs) e sindicatos de trabalhadores. Visa identificar, ao longo de uma década de discussões públicas nas quais um conjunto de ONGs e sindicatos participaram ativamente em nível global: a) as principais questões que preocupam esses atores sociais; b) as especificidades e aspectos comuns nos posicionamentos sobre nanotecnologia em torno aos quais cristalizam as ações desses grupos; c) em que direções eles pretendem influenciar, limitar ou transformar, a trajetória atual de inovação em nanotecnologia; e d) em que foros de discussão participam. Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo, nutrida pelo referencial teórico dos estudos sociais da ciência e da tecnologia, em particular da construção social da tecnologia e da participação pública em ciência e tecnologia. Baseia-se em análise de documentos elaborados por essas organizações, e em dados primários
provenientes de entrevistas com seus líderes e de observações realizadas em diversos foros em que esses atores sociais expõem suas perspectivas.
Educação não-formal em mídias: Divulgação científica sobre nanotecnologia
KÖRBES, Clecí. Educação não-formal em mídias: divulgação científica sobre nanotecnologia. 319 f. Tese (Doutorado em Tecnologia) – Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2013.
Financiamento: CAPES
Resumo
Na última década vem sendo institucionalizadas no Brasil políticas públicas de popularização da ciência e da tecnologia. Todavia, poucos estudos têm sido realizados sobre as metodologias utilizadas e os conteúdos desenvolvidos. Nesse contexto, a tese tem como objetivo central examinar a divulgação da nanotecnologia em mídias que respondem a interesses e valores de grupos sociais diferentes, e indagar, mediante uma análise comparativa, quais são as características dos modelos de divulgação utilizados, quais são os conteúdos referenciados e quais não são abordados, e qual é sua função educativa. Utiliza-se a metodologia de análise de conteúdo, de cunho qualitativo e quantitativo, a partir dos fundamentos dos Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia, em especial dos Latinoamericanos, e da educação não-formal. Analisam-se as seções de ciência do programa de TV aberta Bom Dia Brasil e do jornal Folha de S. Paulo no período de 2008 a 2010, e uma amostra não aleatória de 20% dos programas Nanotecnologia do Avesso, programa de entrevistas em webTV, no período de 2009 a 2010. Observou-se, mediante análise comparativa, que as definições de nanotecnologia variam bastante entre os meios, dependendo de quem as produz e das circunstâncias que levam à sua promulgação e estabilização. No Bom Dia Brasil e na Folha de S. Paulo o conceito de nanotecnologia enfatiza o artefato material e explicita minimamente sua configuração social por uma rede sociotécnica, aspecto amplamente abordado no Nanotecnologia do Avesso. Todas as mídias descrevem as novas propriedades e funções da matéria em nanoescala, mas diferem na forma de fazê-lo, de acordo com os interesses dos atores relevantes representados: ora salientam o potencial de inovação que tais propriedades geram, ora novos riscos associados a elas. No Bom Dia Brasil e na Folha de S. Paulo sobressaem expectativas de que tais novas propriedades e funcionalidades redundem em benefícios, tais como produtos mais eficientes para a abertura de novos mercados, avanços na saúde e qualidade de vida e preservação do meio ambiente. Essas visões reproduzem discursos baseados em modelos lineares, como a suposta neutralidade, inexorabilidade e progresso contínuo da ciência e da tecnologia. No Nanotecnologia do Avesso é proeminente a discussão de potenciais riscos e implicações sociais, legais e éticas da nanotecnologia, e a demanda pela aplicação do princípio de precaução e regulação obrigatória. Conclui-se que a divulgação sobre nanotecnologia é um processo educativo repleto de tensões e polarizações, que transcende sua especificidade de prática simbólica e se articula com a prática produtiva e social, ora aproximando-se, ora afastando-se da perspectiva de cidadania sociotécnica, de acordo com os modelos de divulgação adotados e os grupos sociais representados nas diferentes mídias.
Palavras-chave: Divulgação científica. Educação não-formal. Mídias. Nanotecnologia. Cidadania sociotécnica.
Financiamento: CAPES
Resumo
Na última década vem sendo institucionalizadas no Brasil políticas públicas de popularização da ciência e da tecnologia. Todavia, poucos estudos têm sido realizados sobre as metodologias utilizadas e os conteúdos desenvolvidos. Nesse contexto, a tese tem como objetivo central examinar a divulgação da nanotecnologia em mídias que respondem a interesses e valores de grupos sociais diferentes, e indagar, mediante uma análise comparativa, quais são as características dos modelos de divulgação utilizados, quais são os conteúdos referenciados e quais não são abordados, e qual é sua função educativa. Utiliza-se a metodologia de análise de conteúdo, de cunho qualitativo e quantitativo, a partir dos fundamentos dos Estudos Sociais da Ciência e da Tecnologia, em especial dos Latinoamericanos, e da educação não-formal. Analisam-se as seções de ciência do programa de TV aberta Bom Dia Brasil e do jornal Folha de S. Paulo no período de 2008 a 2010, e uma amostra não aleatória de 20% dos programas Nanotecnologia do Avesso, programa de entrevistas em webTV, no período de 2009 a 2010. Observou-se, mediante análise comparativa, que as definições de nanotecnologia variam bastante entre os meios, dependendo de quem as produz e das circunstâncias que levam à sua promulgação e estabilização. No Bom Dia Brasil e na Folha de S. Paulo o conceito de nanotecnologia enfatiza o artefato material e explicita minimamente sua configuração social por uma rede sociotécnica, aspecto amplamente abordado no Nanotecnologia do Avesso. Todas as mídias descrevem as novas propriedades e funções da matéria em nanoescala, mas diferem na forma de fazê-lo, de acordo com os interesses dos atores relevantes representados: ora salientam o potencial de inovação que tais propriedades geram, ora novos riscos associados a elas. No Bom Dia Brasil e na Folha de S. Paulo sobressaem expectativas de que tais novas propriedades e funcionalidades redundem em benefícios, tais como produtos mais eficientes para a abertura de novos mercados, avanços na saúde e qualidade de vida e preservação do meio ambiente. Essas visões reproduzem discursos baseados em modelos lineares, como a suposta neutralidade, inexorabilidade e progresso contínuo da ciência e da tecnologia. No Nanotecnologia do Avesso é proeminente a discussão de potenciais riscos e implicações sociais, legais e éticas da nanotecnologia, e a demanda pela aplicação do princípio de precaução e regulação obrigatória. Conclui-se que a divulgação sobre nanotecnologia é um processo educativo repleto de tensões e polarizações, que transcende sua especificidade de prática simbólica e se articula com a prática produtiva e social, ora aproximando-se, ora afastando-se da perspectiva de cidadania sociotécnica, de acordo com os modelos de divulgação adotados e os grupos sociais representados nas diferentes mídias.
Palavras-chave: Divulgação científica. Educação não-formal. Mídias. Nanotecnologia. Cidadania sociotécnica.
Que competências são necessárias para trabalhar em nanotecnologia? Demandas educacionais para a área de Nanotecnologia no Brasil
Waleska Camargo Laureth, Tese de Doutorado em andamento. Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Financiamento: CAPES
Resumo
O desenvolvimento da nanotecnologia no Brasil e no mundo tem suscitado o debate acerca das implicações sociais da adoção de tal tecnologia em produtos e processos produtivos industriais. Neste contexto se localizam as discussões sobre as necessidades educacionais orientadas pela perspectiva de que o aumento da incorporação da nanotecnologia pelas empresas gerará demanda de trabalhadores qualificados para atuar com esta tecnologia. O objetivo desta tese é identificar se há demandas específicas para a formação dos trabalhadores que atuam e irão atuar na área de nanotecnologia no Brasil. Trata-se de uma pesquisa exploratória, tendo em vista as fases iniciais das pesquisas sobre o tema, bem como o recente desenvolvimento de políticas públicas no Brasil relacionadas à nanotecnologia. A partir da análise dos documentos de política de desenvolvimento nacional na área de nanotecnologia, de análise quantitativa e qualitativa de questionários com empresas e pesquisadores da área e da revisão de literatura sobre as demandas educacionais para a nanotecnologia, procura-se identificar se há um conjunto de competências específicas para o perfil do trabalhador que for incorporado a indústrias que desenvolvem ou incorporam esta nova tecnologia.
Financiamento: CAPES
Resumo
O desenvolvimento da nanotecnologia no Brasil e no mundo tem suscitado o debate acerca das implicações sociais da adoção de tal tecnologia em produtos e processos produtivos industriais. Neste contexto se localizam as discussões sobre as necessidades educacionais orientadas pela perspectiva de que o aumento da incorporação da nanotecnologia pelas empresas gerará demanda de trabalhadores qualificados para atuar com esta tecnologia. O objetivo desta tese é identificar se há demandas específicas para a formação dos trabalhadores que atuam e irão atuar na área de nanotecnologia no Brasil. Trata-se de uma pesquisa exploratória, tendo em vista as fases iniciais das pesquisas sobre o tema, bem como o recente desenvolvimento de políticas públicas no Brasil relacionadas à nanotecnologia. A partir da análise dos documentos de política de desenvolvimento nacional na área de nanotecnologia, de análise quantitativa e qualitativa de questionários com empresas e pesquisadores da área e da revisão de literatura sobre as demandas educacionais para a nanotecnologia, procura-se identificar se há um conjunto de competências específicas para o perfil do trabalhador que for incorporado a indústrias que desenvolvem ou incorporam esta nova tecnologia.